terça-feira, 24 de maio de 2011

REFLETINDO...

“A avaliação da aprendizagem não é tirana da prática educativa. A avaliação da aprendizagem, por ser avaliação, é amorosa, inclusiva, dinâmica e construtiva. A avaliação inclui, traz para dentro; os exames selecionam, excluem, marginalizam.”


Esta citação representa a realidade vivida no espaço escolar avaliativo da atualidade. Para alguns educadores a avaliação deixou de ser um ícone de castigo e passou a ser vista como um instrumento de auto avaliação do próprio desenvolvimento de competências e habilidades, ou ainda, de capacidades e potencialidades. A avaliação passou a ser uma aliada de alunos e professores. Através da avaliação pode-se perceber o quanto o aluno apreendeu e o quanto o professor conseguiu expressar-se para que o aluno compreendesse o que fora explicado.
Mas alguns professores ainda permanecem no método de examinar o que o aluno decorou e apresentou em uma prova aplicada. O professor não possui a consciência de que se a maioria dos alunos forem mal a “culpa” é dele e não dos alunos. Muitos professores ainda vivem na era tradicional, na qual o professor é o ditador e os alunos os seus inimigos.
Por isso é fundamental a formação continuada de todos os professores, principlamente os que acreditam que a educação não é um espaço de interações, mas sim um espaço de “extermínio da liberdade de expressão”. Através da formação continuada os professores percebem as diferenças que estão acontecendo ao longo dos anos e percebem o quão importante é realizar/participar dessas mudanças.
A solução está nas mãos dos professores. Basta querermos mudar e colocar a “mão na massa”.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

AVALIAÇÃO X ATUALIDADE

Sabe-se que tradicionalmente a avaliação era vista como um ato crucial, na qual os objetivos eram promover o aluno e não a aprendizagem. Sendo que a mesma conferia a atribuição de notas, analisando a sua trajetória histórica. Solicitando qual a metodologia mais eficaz de avaliar na atualidade a professora B escreveu


Devemos realizar a avaliação no sentido amplo. A avaliação (nota) é contra indicada como único instrumento para decidir sobre a aprovação ou reprovação do aluno. O seu uso somente para definir a progressão do aluno pode ser entendida ou vista como descompromisso. A decisão de aprovação e retenção do aluno exige do coletivo da escola uma análise das possibilidades que essa escola pode oferecer para garantir um bom ensino. A avaliação escolar também é contra indicada só para fazer diagnóstico sobre a personalidade do aluno, pois sua abrangência limita-se aos objetivos do ensino do programa escolar. Uma avaliação mal feita, exclui o aluno causa danos em seu auto conceito, impede que ele tenha acesso a um conhecimento sistematizado e, portanto restringir a partir daí suas oportunidades de participação social. Devemos avaliar sim e cada vez mais, mas como forma de repensar, rever metodologias, conteúdo, formas de trabalho, realidade social, econômica, cultural para a partir daí mudar e adequar a “realidade” e a nossa clientela “aluno”.


                Ou ainda, como complementa a professora A, “a avaliação deve ser contínua, avaliando o que o aluno conseguiu absorver ao longo do tempo, onde o professor deve assumir seu papel de transmissor do seu conhecimento.” Para que ele consiga ser um mediador do conhecimento/saber é de suma importância que conheça a realidade dos seus educandos, para que depois possa perceber os porquês de seu comportamento/aprendizagem (Professor D). Percebido o motivo de algumas reações e/ou atitudes frente a algumas atividades, o professor pode modificar o seu planejamento e criar atividades diferenciadas para este aluno, tornando a sua avaliação mais humanizadora.
          Humanizadora no sentido de perceber “que há um ser humano incutido no aluno que está em sala de aula, que traz uma bagagem histórica, cultural e existencial. Aquele que não avalia desta maneira o aluno, estará excluindo, selecionando, rotulando, o que não faz parte de uma avaliação que valoriza e respeita o educando (Profe. E).” Conforme a professora E e F, não se pode levar em consideração somente a questão de atribuir uma nota ao aluno e sim a avaliação precisa ser de forma contínua analisando todos os aspectos que o mesmo desenvolveu ao longo do processo de ensino aprendizagem, fugindo da avaliação domesticadora e tornando-a cada vez mais humana. Valorizando as potencialidades e/ou competências e habilidades desenvolvidas no caminhar do ensino/aprendizagem.
Para complementar a valorização das competências e habilidades solicitou-se aos professores quais eram estas competências e habilidades desenvolvidas através da avaliação. A professora B colocou:


- competência e habilidade de se relacionar com o pequeno e o grande grupo;
- com as diferenças entre pessoas e situações;
- observar;
- criticar;
- criar situações novas;
- conviver e interagir diante de situações imprevisíveis;
- trabalhar todas dimensões cognitivas, metacognitiva, interativa, prática, ética, estética, emocional, corporal.


Para a professora C, algumas competências e habilidades desenvolvidas pela avaliação são:


- relacionar-se com as letras, números;
- compreensão de textos;
- leitura;
- escrita;
- desenvolver motricidade fina, ampla, motora;
- refletir e criticar sobre o que fora estudado;
- ajuda mútua.


Conforme afirma Ramos


A competência associa-se à conjunção dos diversos saberes mobilizados pelo indivíduo (saber, saber-fazer e saber-ser) na realização de uma atividade. Ela faz apelo não somente aos seus conhecimentos formais, mas à toda gama de aprendizagens interiorizadas nas experiências vividas, que constituiriam sua própria subjetividade (RAMOS apud CRUZ, 2001, p. 27).


                Ramos (2001, p. 29) continua salientando que,


A competência á a capacidade que as pessoas desenvolvem de articular, relacionar os diferentes saberes, conhecimentos, atitudes e valores, construídos por intermédio de sua vivência e por meio dos conhecimentos construídos na escola. Essa articulação e relação constroem a partir das necessidades da vida diária, das emoções e do enfrentamento das situações desafiadoras com os quais temos que dialogar.


A vivência, como reflete Ramos (2001, p. 49), é a busca de suprir a necessidade de obter alguma competência. “As habilidades, por sua vez, expressam competências”. Como reflete Ramos (2001) a habilidade é “híbrido de recursa e resultado. Quando as capacidades são colocadas a serviço da ação, competências são desenvolvidas e se tornam aprendizados interiorizados pelos sujeitos (p.49)”, transformando-se em habilidades. E assim, pode-se objetivar uma avaliação de qualidade, no qual consiga desenvolver as competências e habilidades de maneira qualitativa e não quantitativa.
A professora B, acredita muito que devemos primar pela qualidade, mas que é necessário ter objetivos bem estabelecidos e não ficar no mínimo. “A escola ou a educação oferecida na escola devem fortalecer a identidade e construir novos conhecimentos, fazendo com que as pessoas se compreendam como parte de uma turma, onde o individual/social se completem”. 
Para buscarmos melhorar esta qualidade, precisamos avaliar de maneira includente e não excludente, ou seja, sem rotular o aluno que ali se encontra. Para a professora F, a inclusão social pode acontecer através da avaliação, basta o professor elaborar uma avaliação diferente para o aluno, mas seja referente ao mesmo assunto levando em consideração tudo que aprendeu até então. Bem se sabe que hoje existem inúmeras formas de se elaborar avaliações cabe ao professor ir a busca de inovações.” E ainda, como salienta a professora E


Avaliar de forma humanizadora significa, também, incluir este aluno, uma vez que se avalia de acordo com as capacidades e evoluções do aluno, e não simplesmente que ele saiba aquilo que o professor deseje que ele saiba.  Precisa-se avaliar os alunos de maneira única e individual, respeitando as diferenças em sala de aula e os ritmos distintos de aprendizagem. Compreender o ser humano em sua totalidade e não apenas como um resultado final, e avaliá-lo dentro de suas potencialidades, conceitua-se em uma inclusão social.


           
         Pensando a avaliação como um processo humanizador, pode-se assegurar que a mesma tende a melhorar. No entanto, basta os professores ampliarem os seus horizontes e buscarem alternativas diferenciadas de avaliar. Precisamos primeiro nos avaliar e nos conhecer, para depois avaliar o nosso aluno.